segunda-feira, 6 de junho de 2011

Meus 30 anos...


Hoje, quando me olhei no espelho do salão de beleza e vi aquele tufo de cabelos brancos, me joguei nas mãos do cabeleireiro “salvador” e passei a pensar sobre os meus 30 anos.
Não, não sou tão vaidosa a ponto de afirmar que a chegada dos 30 anos me incomoda apenas por causa dos cabelos brancos cada vez mais evidentes e brilhantes ou por causa das rugas que aparecerão sim ou pela dificuldade em perder aqueles 03 quilinhos que antes eram facilmente desprezados com uma semana de saladinha + frango grelhado, mas sim porque o inevitável momento de auto-avaliação dos anos que se passaram chegou.
Será que valeu?
Fiz alguma diferença?
Toquei o coração de alguém?
Conquistei o que imaginava conquistar até os 30 anos?
E profissionalmente?
Acho que muitas mulheres se imaginam como uma super “executiva gerentona” (no mínimo) aos 30 anos.
Imaginam ter (no mínimo) conquistado um carro (SUV), um apê (com churrasqueira e varanda), muitas boas transas, um grande amor, um casamento, um filho, graduação, pós-graduação, MBA, viagens inesquecíveis, uma árvore plantada, um livro publicado (ou pelo menos algumas linhas com toda a pretensão de se tornarem um dia, um livro), um excelente círculo de relacionamento, maturidade invejável, corpão invejável etc.
E eu?
O que eu imaginava para mim aos 30 anos?
Provavelmente tudo isso também.
Mas hoje eu quero que tudo isso se dane!!!
Na minha (de novo) inevitável auto-avaliação, penso que conquistei muito sim.
Conquistei poucos, mas verdadeiros amigos.
Conquistei a coragem de “pular fora” de um casamento “estável” simplesmente porque não era feliz.
Conquistei a segurança em mim mesma para seguir com o meu trabalho e minha vida sem permitir que as opiniões alheias definissem meus próximos passos.
Conquistei a liberdade para falar que dinheiro para mim é importante sim, mas não é um fator determinante para a minha felicidade, que amo bicho mesmo e muito mais do que muita gente por aí e que eu odeio preconceito contra negro, pobre e gay e por isso grito para saírem de perto quando fazem comentários maldosos.
Conquistei o direito de expressar a minha completa ignorância sobre vários assuntos sem vergonha nenhuma.
Conquistei o direito de seguir a minha intuição.
Conquistei o Cesar e a liberdade de amá-lo profundamente do jeito que eu acredito ser certo.
Conquistei o direito de “engolir seco” todas as críticas proferidas por mim sobre casamento e repetir a dose em nome do amor e ainda assim me divertir e me emocionar com a situação.
Conquistei a sensação do meu “peixinho” Lucas mexendo dentro de mim.
Conquistei a humildade para pedir desculpas quantas vezes forem necessárias quando percebo que estou de fato errada ou apenas quando quero acabar com uma briga sem sentido.
Conquistei o direito de sonhar.
Além disso, conquistei um pacote de erros, fiz muitas bobagens, magoei pessoas amadas, perdi muitas oportunidades, inclusive de ficar quieta, fui desagradável, irônica, chata e inconveniente, deixei de ajudar quem precisava em algumas possíveis situações etc. e por tudo isso, eu lamento muito.
Então é isso.
A um passo dos 30 anos, aqui estou eu, conquistando.
Conquistando diariamente um monte de coisas que podem parecer pouco importantes para alguns, mas são conquistas minhas, muito minhas e eu quero mais é continuar com elas.
Um beijo meu querido(a) e paciente leitor(a) e amigo(a),
Bia Akel

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